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Haja coração!

  • Foto do escritor: Sidney Silva
    Sidney Silva
  • 8 de dez. de 2023
  • 2 min de leitura


Galvão Bueno

Ao se aproximar o final do ano, os músicos vivenciam um ritual marcado por crises e ansiedades. Respiração ofegante, coração apertado, mente a milhão. Para um músico, esses são sinais do "belo presente" de Natal que o papai Spotify adora entregar no fim de ano: números, números, números!

 

Como diria o teólogo Galvão Bueno: "Haja coração!" A banda se reúne, discute números, acertos e erros, apenas para descobrir que tudo não passou de números irrisórios. "Mas Sidney, temos 1637373 mil nos streaming!!!" - gritam, esquecendo que não vendem 10 ingressos para o show, se houver show!

 

Daí entram os questionamentos, a crise da banda e a velha pergunta: "Onde erramos?!" Assim começa a crise de uma banda sonhadora, em busca do sucesso e da fama. Crises existenciais que se tornam parte integrante da vida do músico, enquanto o mercado sufoca, exigindo números e deixando artistas em desespero.

 

De onde vem tudo isso? Com a internet impulsionando artistas com carreiras sólidas, muitos se entregam ao desespero ao perceber que foram engolidos pelos algoritmos. Surge a crise e a depressão, e muitos não se veem mais como relevantes e criativos.

 

É um mergulho no abismo. Baixar a guarda, desistir dos sonhos. Artistas param ou, nas redes sociais, pedem que comprem ingressos para shows que muitas vezes não existem. Tocar em mega festivais pode resultar em público fantasma.

 

Onde estão os fãs, os inscritos, os seguidores? Comentários idiotas como "Deus está no controle..." tornam-se gatilhos mentais para aqueles que procuram respostas para os números adquiridos.

 

A realidade do músico moderno vai além da música, ultrapassando a poesia cantada e os belos acordes. Trata-se de se descobrir e entender se é real sobre o que ou quem você está cantando. Não são todas as respostas que teremos, mas o questionamento sempre será válido.

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