Neal Morse Band anuncia novo álbum L.I.F.T.
- Redação SVM

- há 21 horas
- 3 min de leitura

Depois de mais de uma década funcionando como uma dessas raras democracias musicais que realmente dão certo, a Neal Morse Band decidiu subir mais um degrau. Ou vários. L.I.F.T., quinto álbum de estúdio do grupo, chega no dia 27 de fevereiro de 2026 prometendo aquela combinação que os fãs já aprenderam a reconhecer de longe: ambição progressiva, emoção em estado bruto e músicos tocando como quem ainda se surpreende uns com os outros.
Neal Morse, Mike Portnoy (Dream Theater), Eric Gillette, Bill Hubauer e Randy George voltam a se encontrar em um disco criado durante um período de grandes mudanças. E dá pra sentir isso. L.I.F.T. nasce mais instintivo, menos planejado no papel e mais vivido dentro da sala.
O anúncio veio acompanhado do primeiro single, Fully Alive, faixa que já chega com videoclipe dirigido pela Industrialism Films. E o título não poderia ser mais literal. A música soa como manifesto, daqueles que resumem o espírito inteiro de um álbum logo na primeira escuta.
Conceitualmente, L.I.F.T. entra sem pedir licença na lista dos grandes trabalhos da banda. A referência mais óbvia é The Similitude of a Dream, mas aqui a jornada é outra. “Em resumo, L.I.F.T. é um álbum conceitual sobre alguém em busca de pertencimento”, explica Neal Morse. A história começa com conexão, passa pelo rompimento, cai no desespero e, claro, encontra um caminho de volta. Prog também é sobre catarse.
Curiosamente, o título veio só no fim do processo. E continua aberto a interpretações. “Achamos que poderia significar várias coisas”, conta Randy George. “É meio que aquilo que o ouvinte quiser que seja.” Nada mais progressivo que isso.
Se em outros discos o método da banda envolvia quadros brancos lotados de ideias, desta vez a história foi diferente. “Usamos pouquíssima coisa do que estava no quadro”, admite George. A maior parte do álbum nasceu ali, na hora, no improviso organizado que parece ser o verdadeiro superpoder da NMB. Bill Hubauer trouxe alguns esboços iniciais, Neal improvisou temas de piano que viraram pilares e o resto simplesmente aconteceu.
As gravações também trouxeram novidade. Pela primeira vez, a banda saiu do ambiente de estúdio habitual e montou base no estúdio de Eric Gillette, em Tulsa. Estranho no começo, confessa George. Mas funcionou. A bateria foi gravada toda ali, com Jerry Guidroz novamente no comando técnico, antes de cada integrante seguir trabalhando à distância.
Na etapa final, tudo voltou às mãos conhecidas de Rich Mouser. O mixador que já virou praticamente um sexto membro recebeu as faixas e fez o que sabe fazer melhor. “A gente só deixa ele trabalhar”, diz George. Mesmo com arranjos densos e cheios de camadas, o som respira. Tudo está no lugar. Especialmente a bateria, que mais uma vez ganha destaque sem esmagar o resto.
Para quem acompanha a Neal Morse Band desde o início, L.I.F.T. soa exatamente como aquele disco que você espera… e ao mesmo tempo não. É familiar, mas inquieto. Grandioso, mas surpreendentemente espontâneo. Um álbum que entende o peso da própria trajetória sem ficar preso a ela.
E se Fully Alive servir de termômetro, fevereiro de 2026 promete ser um daqueles momentos em que o prog rock lembra todo mundo por que ainda importa tanto.

Tracklist de L.I.F.T.:
1. Beginning
2. Fully Alive
3. I Still Belong
4. Gravity’s Grip
5. Hurt People
6. The Great Withdrawal
7. Contemplation
8. Shame About My Shame
9. Reaching
10. Carry You Again
11. Shattered Barricade
12. Fully Alive Part 2
13. Love All Along








