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Severity: o black metal russo que não faz concessões

  • Foto do escritor: Redação SVM
    Redação SVM
  • 24 de nov.
  • 2 min de leitura
Morkerod lança "Severity": o black metal russo que desafia até quem jurava já ter ouvido de tudo

O Morkerod é daqueles projetos misteriosos que o underground adora: um russo, um único integrante, zero fotos, clima ártico no som e uma estreia que não pega leve. Surgido em 2024, o projeto já empilha lançamentos, e Severity — cinco faixas em pouco menos de meia hora — fica no limbo entre EP longo e miniálbum.

 

O som? Aquele tipo de black metal que faz até fã veterano olhar para o fone e pensar: “era isso mesmo que eu queria hoje?”. Deamon, o dono da coisa toda, mistura blast beats insanos, teclados de filme de terror e vocais que parecem gravados direto de uma montanha em erupção. É caótico, dissonante e propositalmente desconfortável. Se harmonia é requisito pra você, siga em paz — para outro disco.

 

A história por trás do barulho

 

Deamon tem um passado tão turbulento quanto seu som: envolvimento com satanismo, um pai alcoólatra, internações e um reencontro com a fé cristã ortodoxa. Ele encerrou sua antiga banda de DSBM, The Distant Void, para transformar o Morkerod em uma espécie de diário espiritual — um lugar para despejar angústia, dor e redenção. Pode soar contraditório, mas está mais alinhado aos Salmos do que a muita música gospel por aí.

 

Faixa a faixa (sem enrolação)

 

Peccatum abre o álbum com barulho frenético e sinos percussivos que causam aquela dúvida “isso combina?”. A resposta chega rápido: não é para combinar, é para desestabilizar. A música alterna ambientações lentas e gritos de arrepiar que deixam claro o tema — nossa natureza caída, no sentido literal e teológico.

 

Em Ira Dei, o BPM sobe e a atmosfera pesa. Guitarras estridentes, teclados quase ritualísticos e aquela sensação de que a qualquer momento alguém vai invocar algo na sala ao lado.

 

Poenitentia é a trilha sonora perfeita para quem já tentou se arrepender de algo e descobriu que esse processo não vem com manual. Dissonante, dolorosa e inquietante.

 

Flesh and Blood Will Turn to Dust começa mais suave — teclados, percussão, violão — mas não se empolgue: o descanso dura pouco. A faixa mantém a melancolia, só reduz a pancadaria.

 

Por fim, Limbo encerra tudo com sete minutos de contemplação sombria, como se Deamon pedisse: “respira… agora pensa no que você acabou de ouvir”.


 
 
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