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Japa: Filho de evangélicos troca Aeronáutica por banda de metal

  • Foto do escritor: Redação SVM
    Redação SVM
  • 28 de nov.
  • 2 min de leitura

"Era eu que devia estar tocando na banda": como um adolescente ousado virou baterista da Project46


Japa: Filho de evangélicos troca Aeronáutica por banda de metal
Divulgação

Ele tinha 16 anos quando abordou Vinícius Rocha, vocalista da Project46, na Conecta Música. Tirou foto, agradeceu como fã e, quando o músico já virava as costas, soltou: "Era eu que devia estar tocando na banda".

 

A ousadia quase custou caro. "Se fosse uns dois anos atrás, eu tinha dado um peteleco na cara desse moleque", admitiu o vocalista Caio durante participação da banda no programa Amplifica. Mas algo no atrevimento do garoto chamou atenção. "Se o moleque tá falando isso, de repente ele tá se garantindo", pensou.

 

E estava. O "Japa", como é conhecido, já tinha vídeos tocando bateria desde os 14 anos.

 

O chamado espiritual (e o dia de preguiça que mudou tudo)

 

Semanas depois, numa segunda-feira de manhã, Vinícius viu stories do adolescente tocando "Terra de Ninguém". "Veio uma vozinha dizendo: é ele", conta o vocalista, que se guia por espiritualidade. "Tem gente que não vai acreditar, mas aqui tá a prova viva."

 

Ligou para o garoto. Tinha só um problema: ele era menor de idade. "Eu vou ter que entrar em contato com o seu pai", avisou Vinícius, preocupado com a recepção. Afinal, a família era evangélica e ele, um "cara homossexual que teve problema com droga".

 

A família foi "super respeitosa" e conhecia a história da banda. O Japa revelou: "Faz três dias que eu pedi para Deus um sinal. Sua ligação já me prova que é para continuar isso."

 

Coincidência ou não, o telefonema veio no dia em que o garoto matou aula. "Eu tava estudando pra escola de sargento da Aeronáutica. Aí me deu um estalo, falei: 'Não vou pra escola não, tô com preguiça'", lembra o baterista, rindo. "Começou errado."

 

De filho de baterista de igreja a palco do Knotfest

 

Agora com 18 anos, o Japa cresceu aprendendo bateria com o pai, também baterista da igreja. "Ele sempre quis viver isso, só que a época foi levada, realidades diferentes, acabou que não foi possível", explica sobre o pai, que o colocou entre duas opções: "Ou você toca bateria ou você vai servir, escolhe um."

 

Escolheu. A estreia? Nada menos que o Knotfest, festival de metal extremo.


 

Hoje, os pais vão a todos os shows. E o pai ainda está no grupo de WhatsApp da banda – pelo menos até Vinícius "tirar ele de lá agora que o moleque já é maior de idade".

 

A Project46 está em fase de finalização do novo álbum. O lineup agora forma uma curiosa progressão: 18, 38, 48 anos. "Falta um de 28 para fazer a escadinha", brincam.

 

Quem diria: o sargento da Aeronáutica perdido virou o "sangue novo" de uma das bandas em ascensão do metal brasileiro. Tudo porque um moleque atrevido teve coragem de falar o que pensava – e um vocalista teve humildade para escutar.

 
 
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