Arte cristã pode receber prêmios? Debate divide fiéis
- Redação SVM

- 11 de out.
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Uma discussão tomou conta do meio cristão nesta semana após o cantor Forrest Frank, conhecido pelo duo Surfaces, anunciar que não pretende mais comparecer a cerimônias de premiação. O artista afirmou sentir “convicção pessoal” de que não deve “receber um troféu por algo que é de Jesus e para Jesus”.
“Para os cristãos, é difícil saber onde está a linha divisória entre estar no mundo e não ser do mundo”, disse Frank em vídeo publicado em 7 de outubro. “Minha música pode soar como a do mundo, mas uma linha que posso traçar é não subir no palco para receber algo que pertence a Cristo.”
A declaração rapidamente gerou debate entre artistas e líderes cristãos sobre até que ponto participar de premiações como o Dove Awards ou o Grammy é compatível com a fé.
Entre as vozes que reagiram ao assunto está Sadie Robertson Huff, influenciadora e autora cristã, que defendeu uma visão mais equilibrada. “Admiro o fato de Forrest Frank se sentir pessoalmente convicto, mas isso não significa que quem aceita ou comparece a prêmios esteja fazendo algo errado”, escreveu no Instagram. Para ela, eventos cristãos podem ser uma oportunidade legítima de “dar glória e honra a Deus” e “inspirar excelência naqueles que realizam Sua boa obra”.
Huff também destacou o papel de premiações como o Movieguide Awards, criado para homenagear profissionais cristãos em Hollywood e conectar pessoas de fé em uma indústria considerada hostil por muitos. “Esses espaços ajudam os cristãos a se apoiarem mutuamente e a alcançar mais pessoas com suas mensagens”, afirmou.
Durante a edição de 2023 do evento, o ator Terry Crews, que apresentou a cerimônia, resumiu o propósito: “Toda arte tem uma mensagem. O importante é que ela diga a verdade.”
Para alguns, a postura de Frank é um chamado à humildade e ao foco espiritual; para outros, uma visão restritiva que ignora o papel da arte cristã na cultura contemporânea. No fim, o debate expõe uma tensão antiga entre fé, visibilidade e reconhecimento — e levanta uma questão que continua sem resposta: quando o aplauso do público deixa de ser celebração e passa a ser vaidade?








